LITERATURA PORTUGUESA
Com base na análise apresentada no capítulo A prosa portuguesa modernista e contemporânea, sobre Jogo de Cabra Cega, de José Régio, analise as afirmações que seguem:
I- Foi considerado a obra-prima dos textos de ficção de José Régio.
II- Explora o mundo psicológico e filosófico, durante toda a narrativa.
III- O contexto do enredo é o mundo psicológico, não as ações práticas, sociais ou políticas.
IV- Se caracteriza pelas fortes influências literárias, estabelecendo diálogos intertextuais.
V- É narrado na terceira pessoa do discurso, embutindo um tom mais impessoal à trama.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, II, IV, V.
I, II, III, V.
II, III, IV, V.
I, III, IV, V.
I, II, III, IV.
Em 1940, surge uma nova fase no Modernismo português. Esta fase é comumente chamada de:
Neossimbolismo.
Neomodernismo.
Geração de 45.
Neorrealismo.
Neorromantismo.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando PessoaA palavra título indica que:
o texto discutirá a formação do leitor.
o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
o texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
o poema tecerá considerações sobre o amor.
o poema dialogará com os leitores em potencial.
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a poesia lírica de Camões:
Tem características indianistas, por apresentar os índios como heróis de um mundo recém descoberto.
Apresenta a prática das cantigas de amor e das cantigas de amigo, mas não é incomum que nos deparemos com cantigas de escárnio e maldizer.
Tem feições árcades, como por exemplo, o bucolismo.
Sua obra de maior destaque foi os Lusíadas, que descreve a viagem de Vasco da Gama às Índias, enfrentando vários perigos no mar.
Inserida no período renascentista, apresenta poemas com a “medida velha” (versos de 7 sílabas) e com a “medida nova” (versos de 10 sílabas).
Considere o seguinte fragmento de uma das mais famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o ao Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)
Agora, analise os fragmentos que seguem:
I- "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."
II- "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."
III- "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."
IV- "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."
V- "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"
VI- "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."
Com base no que foi dito anteriormente, pode-se dizer que o Realismo pode ser exemplificado por:
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
I, II, IV, V.
I, II, III, V.
II, III, IV, V.
I, III, IV, V.
I, II, III, IV.
Em 1940, surge uma nova fase no Modernismo português. Esta fase é comumente chamada de:
Neossimbolismo.
Neomodernismo.
Geração de 45.
Neorrealismo.
Neorromantismo.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando PessoaA palavra título indica que:
o texto discutirá a formação do leitor.
o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
o texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
o poema tecerá considerações sobre o amor.
o poema dialogará com os leitores em potencial.
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a poesia lírica de Camões:
Tem características indianistas, por apresentar os índios como heróis de um mundo recém descoberto.
Apresenta a prática das cantigas de amor e das cantigas de amigo, mas não é incomum que nos deparemos com cantigas de escárnio e maldizer.
Tem feições árcades, como por exemplo, o bucolismo.
Sua obra de maior destaque foi os Lusíadas, que descreve a viagem de Vasco da Gama às Índias, enfrentando vários perigos no mar.
Inserida no período renascentista, apresenta poemas com a “medida velha” (versos de 7 sílabas) e com a “medida nova” (versos de 10 sílabas).
Considere o seguinte fragmento de uma das mais famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o ao Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)
Agora, analise os fragmentos que seguem:
I- "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."
II- "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."
III- "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."
IV- "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."
V- "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"
VI- "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."
Com base no que foi dito anteriormente, pode-se dizer que o Realismo pode ser exemplificado por:
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Neossimbolismo.
Neomodernismo.
Geração de 45.
Neorrealismo.
Neorromantismo.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando PessoaA palavra título indica que:
o texto discutirá a formação do leitor.
o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
o texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
o poema tecerá considerações sobre o amor.
o poema dialogará com os leitores em potencial.
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a poesia lírica de Camões:
Tem características indianistas, por apresentar os índios como heróis de um mundo recém descoberto.
Apresenta a prática das cantigas de amor e das cantigas de amigo, mas não é incomum que nos deparemos com cantigas de escárnio e maldizer.
Tem feições árcades, como por exemplo, o bucolismo.
Sua obra de maior destaque foi os Lusíadas, que descreve a viagem de Vasco da Gama às Índias, enfrentando vários perigos no mar.
Inserida no período renascentista, apresenta poemas com a “medida velha” (versos de 7 sílabas) e com a “medida nova” (versos de 10 sílabas).
Considere o seguinte fragmento de uma das mais famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o ao Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)
Agora, analise os fragmentos que seguem:
I- "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."
II- "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."
III- "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."
IV- "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."
V- "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"
VI- "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."
Com base no que foi dito anteriormente, pode-se dizer que o Realismo pode ser exemplificado por:
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
o texto discutirá a formação do leitor.
o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
o texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
o poema tecerá considerações sobre o amor.
o poema dialogará com os leitores em potencial.
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a poesia lírica de Camões:
Tem características indianistas, por apresentar os índios como heróis de um mundo recém descoberto.
Apresenta a prática das cantigas de amor e das cantigas de amigo, mas não é incomum que nos deparemos com cantigas de escárnio e maldizer.
Tem feições árcades, como por exemplo, o bucolismo.
Sua obra de maior destaque foi os Lusíadas, que descreve a viagem de Vasco da Gama às Índias, enfrentando vários perigos no mar.
Inserida no período renascentista, apresenta poemas com a “medida velha” (versos de 7 sílabas) e com a “medida nova” (versos de 10 sílabas).
Considere o seguinte fragmento de uma das mais famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o ao Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)
Agora, analise os fragmentos que seguem:
I- "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."
II- "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."
III- "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."
IV- "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."
V- "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"
VI- "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."
Com base no que foi dito anteriormente, pode-se dizer que o Realismo pode ser exemplificado por:
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Tem características indianistas, por apresentar os índios como heróis de um mundo recém descoberto.
Apresenta a prática das cantigas de amor e das cantigas de amigo, mas não é incomum que nos deparemos com cantigas de escárnio e maldizer.
Tem feições árcades, como por exemplo, o bucolismo.
Sua obra de maior destaque foi os Lusíadas, que descreve a viagem de Vasco da Gama às Índias, enfrentando vários perigos no mar.
Inserida no período renascentista, apresenta poemas com a “medida velha” (versos de 7 sílabas) e com a “medida nova” (versos de 10 sílabas).
Considere o seguinte fragmento de uma das mais famosas Conferências do Cassino Lisbonense, em que Eça de Queirós teoriza sobre o novo estilo, comparando-o ao Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”.
(Eça de Queirós, apud NICOLA, José de. LITERATURA BRASILEIRA: DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS. 2 ed. São Paulo-. Scipione, 1990. p. 115.)
Agora, analise os fragmentos que seguem:
I- "... ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; [...] era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos..."
II- "... o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral."
III- "A flauta soltou o cintilante prelúdio de uma valsa de Strauss.
Os valsistas afamados deixaram-se ficar de parte, sem dúvida para se fazerem desejar. Os caloiros e a gente de encher hesitavam em tomar a dianteira..."
IV- "Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara.
Ela olhava-me e sorria.
Era um ligeiro sorriso, uma flor que desfolhava-se nos seus lábios, um reflexo que iluminava o seu lindo rosto.
Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma."
V- "Ali está ela na solidão de seus campos, talvez menos alegre, porém, certamente, mais livre; sua alma é todos os dias tocada dos mesmos objetos: ao romper d'alva, é sempre e só a aurora que bruxoleia no horizonte; durante o dia, são sempre os mesmos prados, os mesmos bosques e árvores; de tarde, sempre o mesmo gado que se vem recolhendo ao curral; à noite, sempre a mesma lua que prateia seus raios à lisa superfície do lago!"
VI- "A praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada, de mulher, cantar em falsete a 'gentil Carolina era bela'; doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: 'Fígado, rins e coração!' Era uma vendedeira de fatos de boi."
Com base no que foi dito anteriormente, pode-se dizer que o Realismo pode ser exemplificado por:
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
I, II, VI.
III, IV, V.
I, III, V.
II, III, V.
II, IV, VI.
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nesta ideia, analise as afirmações seguintes, com base na leitura do soneto:
I- O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis.
II- O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano.
III- A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia.
IV- O poeta experimenta um senti- mento ambivalente em relação à dor.
Assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta da interpretação do soneto:
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora
II e III.
I e IV.
II e IV.
I.
II.
Leia o fragmento a seguir, retirado do romance A Sibila, de Augustina Bessa-Luís:
“Contudo, Quina tinha obtido para si uma contribuição no convívio com certa fauna que ela jamais frequentara - a sociedade. Passou a ser admitida numa ou noutra casa fidalga, onde o seu gênio pitoresco, de conselheira que brinca com a gravidade das próprias sentenças, lhe suscitou um relativo sucesso. Teve amigas nessas mulheres que tanto mais se honram quanto mais razões de despeito encontram entre si, e entregam os seus segredos àquela de quem temem a rivalidade. Quina tornou-se indispensável para presidir obscuramente nesse mundo secreto, íntimo, sem artifício, em que os espartilhos se afrouxam, os cabelos se apresentam eriçados de ganchos e de papelotes, e o rosto apeia a sua máscara cheia de farfalhices de sentimentos, poder atractivo, fluído de mentiras e intensíssimas fadigas de atenção. Ali, ela era bem-vinda, nesses boudouirs negros, assistindo ao demolhar dos calos em água salgada, à aplicação de receitas aparentadas de perto com velhas indicações de magia e a física primitiva - a urina que suavizava o cieiro da pele, o leite de mulher para as dores de ouvidos, as presas de 'corneta' como amuleto, fórmulas, preceitos que mantinham um sabor de harém e de barbárie e elas cumpriam a ocultas com essa fé pelas coisas em que o mistério é uma garantia de possibilidade. Ainda que simulem obedecer e optar pelo vanguardismo dos costumes, as mulheres são rebarbativas às inovações.”
Muito mais do que ser um romance de ação, o texto, busca uma espécie de compreensão das motivações psicossociais que sustentam a história de uma família rural típica do Norte do Portugal.
A partir do texto, assinale a alternativa que melhor representa como o narrador considera esse mundo social, externo, em oposição ao universo íntimo e secreto das mulheres:
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
O mundo encontra-se em oposição: formas de aparência e conduta X mulheres que sigam preceitos impostos pela sociedade. As mulheres buscam um modo particular de liberdade e prazer.
Busca-se um conflito de ideias, em busca de igualdade de gêneros e, ao mesmo tempo, dependência aos homens.
Os pensamentos das mulheres apresentadas no fragmentos seguem o que se espera da mulher do século XV, respeitos aos padrões sociais.
O mundo encontra-se em harmonia, em que homens e mulheres vivem em paz, na tranquilidade de suas casas, cuidando das lavouras.
Há uma forte submissão da mulher, tanto em suas atitudes quanto em seus pensamentos, pois não tinham outras expectativas em suas vidas.
Sobre o romance A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, analise as afirmações que seguem:
I- Dialoga com acontecimentos da história contemporânea de Portugal.
II- Descreve um local que durante a alta temporada, turistas do mundo inteiro se reúnem para saraus.
III- A temática do livro foi inspirada na guerra colonial, travada entre as forças militares do governo português e os movimentos independentistas que lutavam pela libertação de Angola e Moçambique.
IV- O livro se estrutura em duas partes: Os gafanhotos e a segunda sem título, narrada por Eva Lobo.
V- É um híbrido de romance e tratado sobre as relações humanas.
São CORRETAS as afirmações contidas em:
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
I, III, IV.
III, IV, V.
I, II, III.
II, III, IV.
I, III, V.
Sobre a “Geração da Presença”, é correto afirmar apenas:
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Por ser um momento de transição, uma vez que em 1915 surgiu a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo português, a “Geração da Presença”também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
Teve início oficial no ano de 1915, quando um grupo de escritores e artistas plásticos (Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros, o brasileiro Ronald de Carvalho e Fernando Pessoa) lançou o primeiro número da "Orpheu", revista trimestral de literatura.
É um movimento literário do qual fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira.
Surgido de um grupo de poetas liderados por André Bretón, na França, o Presencismo tornou-se um movimento artístico que defendia a volta a um primitivismo infantil. É um movimento que pretendia manifestar espontaneidade de ordem racional ou moral.
Além de dar continuidade às ideias do Orfismo e de eleger os membros desse período como "mestres", a “Geração da Presença”pregavam uma literatura mais intimista e artística, voltada para a introspecção.
Narciso
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
No poema de José Régio, é possível identificar as principais características da estética da “Geração da Presença.” São elas:
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fronte a suar melancolia!
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
...Lá no fundo do poço em que me espelho!
Presença do misticismo e do espiritualismo; negação do espírito científico e materialista dos realistas/naturalistas; forte influência do subjetivismo; interesse pelo particular e pelo individual em detrimento do universal. Percebe-se também uma aproximação da poesia com a música por meio da utilização de recursos como a aliteração.
Entre as principais características da“Geração da Presença” que podem ser encontradas no poema de José Régio, estão a escrita automática, a livre associação de ideias e palavras e a modificação das estruturas da realidade baseadas nos conteúdos oníricos.
A “Geração da Presença”apresentou uma poesia alucinada, irreverente e chocante, cujo objetivo era o de provocar a burguesia acostumada à estagnação cultural portuguesa. Libertou-se de qualquer compromisso de caráter histórico, expressando na literatura o espanto de existir do homem moderno. Tais características são predominantes no poema Narciso.
Concepção da literatura como produto de um contexto histórico-social específico, de uma realidade concreta. Os textos apresentavam denúncia da alienação e dos fatores que tornam possível tal realidade, como a exploração dos trabalhadores, a falta de educação, as precárias condições de saúde e o governo ditatorial.
Como traço característico da literatura produzida pelos jovens da“Geração da Presença”, observa-se a opção por uma certa alienação social. Atuando em um momento de sérias crises políticas, esses escritores preferiram interrogar o sentido da existência humana, criando uma literatura introspectiva.